
Páscoa do pe. Cândido Poli, Alegria missionária, Balsas-MA
Nossa gratidão a Deus pela vida longa, a vida toda doada à missão e, por fim, pela Páscoa do pe. Cândido Poli que ontem à noite faleceu por parada cardíaca no hospital de S. José do Rio Preto, interior de S. Paulo.
Pedimos a ele que continue nos acompanhando na Missão com os desafios de hoje, os quais não são pequenos.
Sorriso de felicidade, Sandoval e Cândido Poli
A despedida de Pe. Cândido deverá ser rápida e com poucas pessoas. Mesmo tendo ele falecido por parada cardíaca e debilidade geral, estava positivo à Covid e deverão ser respeitadas todas as normas de prevenção.
A breve despedida se realizará hoje, entre as 9h e as 11h, no Jardim da Paz, em São José do Rio Preto. Em seguida, o corpo de Pe. Cândido será enterrado nesse local. Acompanhemos com nossa oração. Poderemos, talvez, celebrar um pouco mais daqui a trinta dias, se Deus quiser.
Também envio umas poucas linhas de autoapresentação (em destaque ao final) que ele havia redigido quatro anos atrás, já em São José do Rio Preto.
Creio que seja a melhor maneira para recordá-lo, escutando-o por suas próprias palavras. Cândido nos deixa entender um pouco de seus desafios pastorais no início da missão no Nordeste, com as “desobrigas”, as longas viagens e visitas, o desafio da água e a alegria de encontrá-la. Pe. Cândido nesse vídeo muito bonito, junto com Pe. Sandoval, cumprimenta sua mãe e nos confia que “a alegria é vida!” => Acesse aqui
Contava com orgulho como, no começo de sua missão, acompanhou uma mulher nas dores do parto até dar à luz; havia estudado pouco antes, no livro, como ele poderia ajudar.
Tinha uma teimosia que deve ter herdado de São Daniel Comboni, completando-a com contribuições próprias. Mas, quando isso incomodava, sabia também resgatar a amizade com partilhas e memórias muito humanas e bonitas, lembrando de seus familiares, das etapas de sua missão, de muitos momentos divertidos… Numa carta ao centro missionário de sua diocese, na Itália, escrevia: “Ser cristão, hoje, é não aceitar nunca a desigualdade, tão natural em nosso mundo como o são o dia e a noite”.
Pedimos a ele que nos acompanhe com sua intercessão, lá nos braços de Deus.
Que tenha paz e alegria plena, ao reencontro com sua mãe e seus amigos-as. E que renove nossa paixão missionária, promovendo a esperança de Jesus e defendendo a vida.
≡◊≡≡≡≡≡≡◊≡
“O P. Candido Poli nasceu em Abbazia Pisani – diocese de Treviso – em 11-12-1923, e foi ordenado em 11-06-1949. Com poucos números e muitos limites, Ecônomo em Pesaro, a Escola Apostólica teve que fechar por causa da falta de água do Município que raramente chegava à Villa Baratoff. Um monge havia profetizado que havia água atrás da capela mas, tendo cavado 10 metros de terra, sem água, eles pararam. Embora encontrasse uma dívida de oitocentas mil liras (500 US$), pedi um empréstimo ao Banco e extraí mais vinte metros, mas sempre em pedra pura. Água em abundância! Fico com água na boca ao pensar no trabalho pastoral e missionário que hoje se realiza naquela casa!
Até no Brasil tem problema de água, então você tem que cavar um poço; e eu cavei, 17 metros! Mas encontrei muita fé, principalmente nas pessoas que viam o padre, talvez uma vez por ano …
Há dois anos estou na Casa dos Doentes (Idosos Combonianos) com outras seis pessoas. Sou o mais avançado em anos (93), mas, não tenho vergonha de dizer isso, também o mais … brincalhão. De vez em quando tenho que contar algumas piadas, mas as minhas são todas limpas! Meu slogan: “A alegria é a melhor terapia! O bom humor dispensa o médico!” Quem vem se confessar vem de cabeça baixa, cara de pau; e sai com a cabeça levantada e sorrindo, pronto(a) para outra batalha! Se isso servir para deixar outras pessoas felizes, divulgue.”
Candido Poli
pe. Dario Bossi, comboniano em S. Paulo
11 junho 2020: 71º Aniversário de ordenação sacerdotal
Amigas do pe. Cândido durante uma visita