
A Alegria de Jesus Entre os Pequenos
Como é bom ver Jesus feliz da vida, mesmo no meio da perseguição e rejeição. Em vez de desanimar, constata com alegria a acolhida do Evangelho por parte dos/as pequenos/as, os/as marginalizados/as, os/as descartados/as. Não são “os sábios nem os entendidos”, os teólogos, os especialistas da Bíblia e os professores que têm o privilégio da verdade e as pessoas de confiança de Deus. Não, o Pai escolhe pessoas insignificantes e se revela aos “pequeninos” que se reúnem à volta de Jesus. Não por serem melhores e mais santos do que os outros, mas porque é assim que é de seu agrado. A razão deste privilégio é exclusivamente a Sua bondade. O Pai se sente à vontade em companhia dos pequenos e dos pobres. A partir de agora, a missão de Jesus toma um rumo completamente diferente. Esta é a lógica de Deus, a sua maneira surpreendente e encantadora de agir, a expressão máxima de sua bondade. Revela-se como Pai/Mãe a quem conta pouco ou nada. Lida com aqueles com quem ninguém se importa. Doa não de acordo com os méritos, mas conforme a necessidade. Mostra o caminho que leva à sua presença apenas para aqueles que humildemente reconhecem sua própria miséria. Cuidado com o orgulho religioso, a presunção de nos acharmos melhores do que os outros e de distribuir sentenças por aí. Com a medida com que julgamos os outros, seremos julgados. Deus não precisa de doutores de nariz empinado que acham de saber tudo a respeito dele. Nem necessita de guarda-costas e de assistentes de acusação que, do alto de sua suposta santidade, dão palpite a Ele a respeito de quem merece ir para o inferno. Sabe se defender sozinho. Precisa de testemunhas que contagiam através da alegria de ter encontrado o Senhor. É por isso que um dia, cansado de violentos paladinos da fé, de professores orgulhosos e de arrogantes moralistas, criou São Francisco de Assis para que, de sua pequenez, o alegrasse com sua alegria. (pe. Xavier Paolillo, missionário comboniano)