
A Importância de pessoas como Ezequiel Ramin para o Brasil Contemporâneo
Padre Ezequiel Ramin, missionário comboniano italiano, tornou-se um símbolo de amor e dedicação na defesa dos direitos humanos no Brasil, especialmente junto às comunidades indígenas e camponesas. Atuando na Amazônia durante a década de 1980, sua trajetória é um testemunho de compromisso total em prol da justiça social e ambiental.
A presença dos missionários combonianos, nas periferias e nos rincões do Brasil, é uma manifestação viva do Evangelho em ação. Eles não apenas pregam a palavra de Deus, mas também vivem os ensinamentos de Cristo, caminhando ao lado dos mais pobres e vulneráveis, defendendo-os contra quem ameaça suas terras e modos de vida. Em situações sociais e ambientais sombrias, a figura do Pe. Ezequiel incentiva o compromisso de todos.
A mensagem de São João Paulo II, que clamava por “santos de calça jeans”, encontra eco profundo na vida de Padre Ezequiel. O Papa destacava a necessidade de santos que se envolvam com a realidade contemporânea, enfrentando os desafios cotidianos com fé e coragem. Precisamos de santos que transformem o mundo a partir de dentro, sem se isolar das dificuldades e injustiças.
Ezequiel Ramin exemplifica esse ideal de santidade moderna. Seu martírio em 1985 é um lembrete doloroso da violência que recai sem piedade sobre aqueles que se opõem ao poder opressor. No entanto, sua memória continua a inspirar movimentos sociais, eclesiais e ambientais, encorajando novas gerações a prosseguirem na luta pela justiça e pela paz. A canonização de Ezequiel seria um reconhecimento não apenas de sua santidade pessoal, mas também um símbolo de resistência e esperança para todos que combatem as injustiças no Brasil e no mundo.
Seu legado é um chamado à ação para todos nós. Sua vida e morte sublinham a necessidade de um compromisso contínuo com a justiça social, a proteção do meio ambiente e a dignidade humana. Em um país onde a concentração de terras e a exploração desenfreada seguem sem controlo, a lembrança de missionários como Ezequiel Ramin é vital para manter viva a chama da solidariedade, na luta por um Brasil mais justo e igualitário.
Precisamos de mais santos de “calça jeans” que, como Ezequiel Ramin, e tantos combonianos estejam dispostos a sujar as mãos no trabalho árduo da justiça, vivendo a fé de forma concreta e transformadora. Que esses santos modernos continuem a fazer a diferença nas periferias, nos rincões e em todos os cantos do Brasil, levando consigo a luz do Evangelho e o amor de Cristo.
Márcia Mendes, leiga de São Caetano do Sul/SP