A Mãe Universal
Maria é a maior e a mais sublime mulher, que passou sobre o planeta Terra: humanizou a Deus e divinizou o homem! Nela, o Filho Eterno do Pai se tornou homem, para que o homem recuperasse a dignidade de filho de Deus e herdeiro de seu Reino. Maria é a ponte que une duas margens: o céu e a terra, o homem com Deus. A Bíblia e os santos Padres nunca separaram Maria de Eva e das mulheres, mais representativas do povo de Israel: enquanto, Jesus foi anunciado por todos os homens do Antigo Testamento, Maria, por todas as mulheres: Sara, Rebeca, Raquel, Maria, irmã de Moisés, Rute, Débora, Ana, a mãe de Samuel, Judite, Ester, Ana, a profetiza, e Isabel, a mãe do Batista.
Se o plano criador de Deus foi admirável, ainda mais esplêndido, seu plano redentor. Deus criou o casal humano à sua imagem e semelhança: por causa de sua desobediência, a imagem divina, nele, ficou ferida, não destruída. A restauração devia vir por um segundo casal: Cristo e Maria. Eles representam a nova Humanidade, que, com o seu sim a Deus, recuperariam a inocência perdida. A maternidade divina de Maria é o fundamento de sua dignidade e grandeza e explica os dons, que Deus lhe concedeu: concepção imaculada, virgindade perpétua, assunção, maternidade eclesial, mediadora de todas as graças e figura da Igreja.
No Novo Testamento, ela é chamada “Mãe de Jesus”, por 25 vezes; somente, duas vezes de “Virgem”. No seu hino de ação de graças, proclama: “Todas as gerações me chamarão bem- aventurada”. Ela, de fato, não só é venerada pelo povo cristão, mas, também, por pessoas das mais diversas crenças e etnias: islamismo, hinduísmo, budismo, taoismo, xintoísmo. Ela transcende as fronteiras religiosas e, sobretudo, ensina a praticar o verdadeiro culto a Deus, “em espírito e verdade” e o serviço da caridade.
Multidões de peregrinos, em todas as partes do mundo, não apenas cristão, visitam seus Santuários, pois a Virgem Maria é uma figura religiosa venerada em todos os continentes: as pessoas vão aos templos, a ela dedicados, participando de suas festas; pedem sua intercessão e oferecem seus donativos. Na Indonésia, Índia, Paquistão, Japão, Filipinas e no resto dos países da Ásia, na Oceania, na África, no Oriente Médio, na Europa e nas Américas, os santuários marianos atraem multidões de todas as crenças, raças e categorias sociais. Na religião islâmica – a maior religião do mundo – Maria é muito honrada por ser a Mãe do grande profeta, Jesus: o Alcorão fala dela com muito respeito e admiração.
Buda, o fundador do budismo, ensina: “Todos os humanos estão habilitados para alcançar a filiação divina e serem iluminados interiormente pelo espírito divino, através a meditação da palavra e a prática do bem”. “Maria – diz Lao Tzu, atual chefe mundial do budismo – é o modelo na meditação da luz divina e na vivência da prática do bem”. Maria é a Mãe universal, que aponta a todos o caminho da perfeição espiritual: meditar as palavras proféticas e praticar com alegria uma caridade incondicional.
Padre Ernesto, MCCJ