Meu nome é Marco Antonio, tenho 33 anos e sou irmão comboniano. Estou quase completando um ano de consagração religiosa e me sinto muito feliz e realizado com o caminho para o qual Deus me iluminou e eu aceitei seguir. Antes dessa iluminação, eu seguia um caminho no qual eu pensava que seria feliz. Tive a sorte de trabalhar desde muito cedo em uma multinacional. Aos 14 anos, frequentei um curso de aprendizagem industrial, já como funcionário desta grande empresa. Aos 18 anos, comecei a cursar engenharia mecânica, me formando com 23 anos, então já em uma outra empresa, com melhor salário e melhores condições de trabalho.
Posso dizer que era um jovem que tinha o que muitos outros jovens buscam ter. Era (e continuo sendo) extrovertido. Com 18 anos já tinha meu próprio carro e independência financeira. Saía com meus amigos para festas e baladas, algumas viagens, gostava de saltar de paraquedas e praticar outros esportes. Resumindo, tinha saúde, dinheiro, carro, amigos, namoradas, ou seja, tudo o que muitos jovens hoje buscam ter, para alcançar a felicidade.
Ainda assim, sentia que me faltava alguma coisa. A euforia das festas, estar alguns momentos com alguma garota, logo passava e eu sentia um certo vazio interior. Foi quando eu comecei a refletir mais profundamente sobre o sentido da felicidade. Aproveito para lhes fazer também essa pergunta que fiz a mim mesmo, há 10 anos atrás: Qual é o maior sentimento do ser humano? Qual será a maior sensação de felicidade que podemos experimentar? A resposta que me encheu de sentido foi AMOR. Desde aquele momento busquei entender como eu poderia viver mais plenamente este que é o maior sentimento do ser humano.
Nessa busca, a frase “Deus é amor” me fez interessar em ler a bíblia, mais especificamente o Novo Testamento. Sentia-me mais apaixonado a cada página que lia, e cheguei à conclusão de que amar a Deus mais que a qualquer coisa, amar ao próximo como a mim mesmo, ou seja, fazer o bem como eu gostaria que fizessem comigo, nisto estava o segredo da felicidade. Se eu dedicasse todo o meu tempo, toda minha vida a fazer o bem aos mais necessitados, eu poderia ser plenamente feliz.
Foi o que eu busquei fazer daquele momento em diante. Primeiro, participando de um grupo de jovens, procurando ajudar aos mais necessitados; depois, como seminarista, na minha diocese e, finalmente, como irmão missionário comboniano, para ser enviado, nas palavras de São Daniel Comboni, aos “mais pobres e abandonados do universo”, concretamente, o povo africano.
É por isso que hoje eu sou um irmão missionário comboniano, e sou muito feliz. Muito mais que quando eu dedicava meu tempo a acumular riquezas e aos prazeres momentâneos. Assim, convido você também, a fazer essa reflexão: Onde realmente está a felicidade? Nos prazeres momentâneos, ou na duradoura e permanente paz interior? Desejo que também você se possa encontrar em uma profunda relação com Deus e muita paz interior.
Marco Faria, irmão comboniano