A missão é um dom de Deus
A missão entre os povos indígenas é um dom de Deus. A cada visita vivemos uma aventura missionária, cheia de desafios e de alegrias. Graças a essa experiência de encontro aprendemos muitas coisas. Nesse contexto, somos chamados a por em prática os sonhos do Papa Francisco para a Amazonia, principalmente o de uma Igreja com rosto amazônico.
Normalmente nós visitamos as comunidades indígenas nos fins de semana, por causa dos afazeres das pessoas. A cada mês, temos um calendário de visitas para poder visitar as quase 20 comunidades, presentes nas regiões do Baixo e Médio São Marcos e Murupú. Nessas comunidades os indígenas vivem de maneira muito simples. A maior parte das suas casas são construídas com barro e cobertas com a palha do buriti, uma palmeira típica da região norte do Brasil.
O povo de Deus que está presente nessas comunidades tem sede de Deus. Muitos esperam a visita do missionário com grande alegria e nos momentos em que não podemos chegar, a própria comunidade conduz o anúncio da Boa Nova.
Os maiores desafios da missão aqui são: primeiro as distâncias que temos que percorrer, a comunidade mais próxima está a 60km de Boa Vista; em segundo lugar, as intempéries climáticas pois com as chuvas se torna impossível a visita a muitas comunidades, porque as estradas se tornam atoleiros e os rios enchem, impossibilitando a passagem.
O nosso sonho como missionários é incentivar o protagonismo indígena na evangelização, fazendo assim que membros da própria comunidade sejam os principais anunciadores do Evangelho. Com isso, estamos contribuindo para que a Igreja local tenha um rosto cada vez mais amazônico, nas palavras de São João Paulo II: “Uma fé que não se torna cultura é uma fé não plenamente acolhida, não inteiramente pensada, nem com fidelidade vivida”.
Existem outras dificuldades que encontramos nessa missão como os problemas das drogas, da depressão, dos garimpos ilegais, da prostituição, a demarcação de terras, etc. São realidades que temos sempre presentes em nossa atuação missionária. Assim buscamos sempre o “bem viver” para todas as pessoas com quem partilhamos nossa vida.
Deivith Zanioli, comboniano em Boa Vista-RR