A Ressurreição em época de mudanças ou mudanças de época
Tempo pascal: as tentações que também são as nossas: pensar só em nosso pão e nas nossas crises. Queremos manter o poder como seja, ainda que ceifando centenas de vidas: “capital chama capital e mata gente”.
É por isso que mais uma vez a igreja católica, nos chama a navegar na dinâmica da fé, neste conceito da ressurreição. É nela que aqueles que acreditamos, colocamos nossas angústias, traumas, lágrimas e sorrisos. Como falar de ressurreição frente à realidade nua, mais cruel que a ficção?
O vírus da corrupção infeta as nações. O grande fluxo de imigrantes, em trens carregados de crianças, mulheres e outros inocentes, tentando sair da Ucrânia para uma terra desconhecida, para um dia voltar a celebrar a vida. Nosso mundo sofrido no meio das crises globais, necessita de ressurreição, espera sobretudo que o cristão dê razão de sua esperança. Por isso, temos que destruir as atitudes pessimistas que com frequência nos levam ao desespero e à morte. Somos chamados a viver a alegria e a esperança, dando assim razão daquilo em que acreditamos: a ressurreição. Vamos seguir os passos desse homem misterioso.
Estamos mudando aceleradamente num ritmo cultural, onde o mais importante é o caminho da rapidez. Já não queremos pensar, repensar, reelaborar, porque tudo tem que estar feito em milésimos de segundo. Será que com facilidade nos aprisionamos nos cárceres das rotinas, onde não há a capacidade de sonhar, nem de aprender mais? Estamos deixando de ser autores da própria história. Simplesmente porque repensar DÓI. A humanidade está em crise, uma crise humanitária. Somos uma cultura de jovens em construção. O segredo da felicidade é fazer muito do pouco, cada ser humano é uma obra de arte, a mais bela da criação.
O mesmo que foi crucificado foi ressuscitado, ele não perdeu a paixão mesmo diante da morte. Ele se encontrou com alguns de seus amigos (Jo 20,19).
René Vera, comboniano em Porto Velho-RO