A Verdadeira Profecia: Frutos de Amor e Bondade
A BOA ÁRVORE SE RECONHECE PELOS BONS FRUTOS
O verdadeiro profeta se reconhece pelos bons frutos. O seu testemunho de vida constitui o melhor critério de discernimento da autenticidade de sua profecia. Como ensina a natureza, se o profeta for autêntico, seus frutos serão bons. Caso contrário, seus frutos serão ruins. É a vida que vai demonstrar se o profeta leva a sério a Palavra de Deus ou a utiliza simplesmente como uma cortina para esconder a própria iniquidade ou como ferramenta a serviço de seus interesses. Cuidado, porém, não confundamos os frutos da Palavra simplesmente com as boas ações que realizamos no dia a dia. Aqui estamos falando, como fruto principal, da bondade interior que está à origem das nossas boas ações. Chamo de bondade interior o amor de Deus que toma conta do coração e o leva a tomar decisões e realizar atitudes que ampliam esse mesmo amor para com os outros. É o amor do Pai que nos torna bons e nos leva a amar nossos irmãos e irmãs. Se à origem de nossa atuação não existir este amor, não produzimos bons frutos, mesmo se realizamos boas ações. Podemos fazer coisas boas com um coração ruim. Isso acontece quando agimos por autoafirmação, para aparecer diante dos homens, para ser alguém, para ser melhor, para receber aplausos e gratificações, como diz Pe. Silvano Fausti, que é a fonte principal da reflexão que proponho hoje. Estas ações não são ditadas pelo amor ao outro, são ditadas pelo amor por nós mesmos, então são frutos muito ruins. Nesse caso, nada de desanimar. Se o mal nos seduz porque parece bom, bonito e desejável, Deus nos fala pelo remorso: a insatisfação que sentimos diante do mal não é um sentimento de culpa a ser curado, mas um lembrete da nossa dignidade. Quem não sente remorso pelo mal cometido está doente espiritualmente. Não somos feitos para praticar o mal. O jeito é cortá-lo pela raiz e jogá-lo na fogueira do amor de Deus. É o amor misericordioso do Pai que nos purifica e nos faz livres. Portanto, amemos como Deus ama, pois a quem muito ama muito será perdoado.
(Pe. Xavier Paolillo, missionário comboniano)