Amigos para sempre é o que nós iremos ser!
Diálogo e amizade são bens que fazem da vida uma festa.
Paulo Freire conta que em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
– Companheiro, você entende de leis?
– Não. – respondeu o barqueiro.
E o advogado, compadecido:
– É uma pena, você perdeu metade da vida.
A professora, muito social, entra na conversa:
– Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
– Também não, respondeu o barqueiro.
– Que pena! – condoeu-se a mesma – Você perdeu metade de sua vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O barqueiro, preocupado, pergunta:
– Vocês sabem nadar?
– Não! – responderam o advogado e a professora, rapidamente.
– Então é uma pena – disse o barqueiro – VOCÊS PERDERAM TODA SUA VIDA.
Moral da história: não há saber maior ou menor, há saberes diferentes.
O largo rio de difícil travessia é o mundo dividido, desigual e excludente, onde o outro é visto como inimigo a ser eliminado. Antes que alguém ou um grupo termine de expressar o seu pensamento, já estamos respondendo, sem ter escutado.
Consequência disso são os conflitos não resolvidos, agressões à casa comum, crianças sem escola, milhões de pessoas que passam fome sem ter assistência médica, água encanada e nem acesso ao mínimo para viver com dignidade.
É importante valorizar todas as pessoas, pois cada uma tem algo diferente a nos ensinar. Segundo o papa Francisco, “não pode haver fraternidade aberta sem ouvir o outro. Precisa ter no coração a convicção de que o outro tem algo de bom para me dizer. Ideologias e paixões em todo o mundo vão contra a amizade social”.
Roberto Minora, comboniano em Santa Rita, PB