CF 2017: Um tema atual ou já ultrapassado?
Este ano a campanha da fraternidade (CF 2017) anima todos nós a parar um momento para considerar nossa vida, juntamente com a terra e o Brasil, nosso ambiente natural. A água, o pão e o ar que respiramos fazem parte de nós e, da mesma maneira também os animais, plantas, solo, rochas, minerais, etc.
É este o sentido do tema da CF: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. Pode até parecer uma duplicação do tema do ano passado, mas porque não olhá-lo como continuidade e aprofundamento? Acesse agora o nº 41 de Sem Fronteiras. Baixe e compartilhe!
1. Vida é fraternidade
Desde o início e nas suas formas mais antigas, a vida dos seres unicelulares que povoavam a água dos oceanos, mares e rios era já de relação, ou interação com outros seres e com o meio ambiente. Mas à medida que a vida na terra se foi diversificando, por exigência das mudanças e diferenças nas condições ambientais (terrestres, atmosféricas, aquáticas, oceânicas, etc.) tais relações se foram progressivamente multiplicando numa infinidade de cadeias e redes colaborativas. Assim a vida na terra, sempre de acordo com o ecossistema foi evoluindo para relações mais complexas e envolvendo outros seres; deste modo, apareceram as plantas, os animais e os humanos. Note-se que um nível complexo sempre supõe e inclui o anterior nível mais simples.
2. O Bioma, como uma teia de vida compartilhada
Qualquer região e qualquer bioma, seja ele a Amazônia, o Cerrado, ou a Mata Atlântica continua hoje sendo exemplo evidente de uma quase infinita teia de relações “fraternas” entre seres inanimados e animados, nós humanos incluídos. Aqui reside o segredo da vida, do futuro do planeta e, claro, da humanidade, como um todo. Assim, não é de estranhar que se considere também um bioma e até mesmo a Terra como um enorme ser vivente, onde a vida atinge o seu máximo nível de complexidade e, naturalmente, de fraternidade. Entendemos fraternidade como uma extensa teia de relações vitais… Convidamos você a conhecer aqui a interdependência entre o bioma amazônico e o resto do subcontinente latino americano.
Neste sentido, nenhum ser é autónomo, nem sequer o bioma. Basta recordar como um bioma sempre depende e é configurado pelo ambiente dos seus confins: recebe, por exemplo, a água transportada pelas nuvens; ou então a luz e energia do sol, ou o oxigénio que permite a continuação da vida em qualquer das suas formas. A particularidade destas relações colaborativas e fraternas é que dão identidade e diversidade a cada um dos biomas no Brasil e no mundo.
3. Ação pastoral em defesa da Vida
A igreja enquanto instituição apresenta resistência à mudança. Mas é importante buscar a novidade. Se continuarmos confinados às nossas ‘sacristias’ é impossível defender a vida nos termos da CF deste ano, tricentenário do encontro, nas águas do rio Paraíba, da imagem de Nossa Senhora Aparecida!
Precisamos também articular-nos com todo e qualquer ser/organismo interessado e agindo em benefício do ambiente, da Vida e do planeta. Do mesmo modo que você cuida da sua própria casa, toda pessoa deve conhecer e defender o seu próprio meio ambiente, desde a sua rua, bairro, etc. Precisamos deixar de lado nosso comum pensar: “Não são da minha rua”; “não são da minha paróquia”; “são de outro partido”. Desta forma estaremos cada vez mais desarticulados e, portanto, menos vivos, pois não somos capazes de defender a Vida.
O papa Francisco na ‘Laudato sí’ repete mais de 30 vezes “tudo está interligado” (LS, 5) e afirma mais de 40 vezes que nossa prática tecnicocientífica é a principal causa de uma eventual “catástrofe ecológica” (LS, 4). Logo, se queremos defender a vida temos de reagir a esta prática dominante.
Conclusão: Precisamos aceitar o desafio de aprofundar nossa fé, trazendo ela para o cotidiano. O Deus da Vida pede a nós seus filhos que atuemos, como Ele, em defesa da Vida. Jesus é a Vida em plenitude e nós cristãos somos testemunhas e mensageiros dessa mesma Vida, aqui e agora… Por fim, oferecemos ainda para você uma série de elementos (Oração, Hino oficial, texto base, reflexões, …) que poderão perfeitamente servir de aprofundamento e estudo para quem desejar.