Combonianos Boa Vista: acolhida e políticas de integração
A acolhida é o princípio vital da autogestão do abrigo, a exclusão e a inércia parecem ser a postura dos poderes públicos. A igreja e nós combonianos queremos envolver também você nesta ação conjunta em favos dos imigrantes.
A apreensão e incerteza marcam os rostos de nossas irmãs e irmãos imigrantes
O abrigo “Tancredão” é um ginásio de Boa Vista (RR) adaptado em regime de emergência à acolhida dos migrantes venezuelanos. Há outro abrigo desse tipo na cidade.
Absolutamente carente de infraestrutura, o Tancredão está lotado de gente; sobram só estreitos corredores entre as barracas de acampar e os colchões espalhados no chão. Na quadra coberta, a fumaça da cozinha a lenha penetra nos pulmões das pessoas; na área externa, dezena de tendas da defesa civil e outras dezenas de barracas estão cercadas de lama e água parada. As fossas dos banheiros entopem frequentemente e as crianças brincam descalças ao lado do esgoto a céu aberto.
O “Gordo”, um dos líderes improvisados do acampamento venezuelano, confessa: “Com que coragem podemos impedir a entrada no abrigo de uma nova família que bate ao portão?! A gente acolhe e busca um cantinho também para eles… mas aqui a cada duas pessoas que saem são dez que entram!”.
Enquanto a acolhida é o princípio vital da autogestão do abrigo, a exclusão e a inércia parecem ser a postura dos poderes públicos.
É o que destaca com veemência a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, que realizou uma missão de observação e solidariedade à fronteira Brasil-Venezuela: “situações graves de violação dos direitos e falta de políticas públicas elementares como alimentação, saúde, higiene, segurança, educação; denúncias de violência policial, violência contra a mulher, exploração sexual e do trabalho, tráfico de drogas e de pessoas e de completa omissão do poder público”. Leia aqui a Carta à Sociedade Brasileira que a CNBB publicou após a missão.
Os Missionários Combonianos atuam há anos em Boa Vista, especialmente no acompanhamento aos povos indígenas de Roraima. Com a emergência imigração, uniram-se às muitas forças da Igreja e da sociedade civil em ações voluntárias de solidariedade e apoio emergencial.
Visitam constantemente os abrigos, oferecem em particular atendimento básico à saúde e celebram junto ao povo venezuelano, tentando alimentar sua esperança.
Una-se a nós nesse mutirão de solidariedade!
Perante a inoperância e indiferença dos poderes públicos, vimos sugerir a você 2 acções:
1. Conhecer o urgente apelo da CNBB, na sua última Carta
2. Acolher nossa sugestão concreta, de viver a CF deste ano, em favor do povo venezuelano
Desse modo, você está vivendo seu batismo e sua fé, promovendo ações imediatas de apoio e proteção dos migrantes.
Ajude com aquilo que puder para juntos aliviarmos a situação desses nossos irmãos em busca de vida! Acesse menu [COLABORE]
Texto: Dario Bossi, coordenador Combonianos no Brasil