
Desafios da Realidade Indígena Urbana em Manaus
Na cidade os indígenas estão expostos à delinquência, desemprego, discriminação, suicídio, narcotráfico, etc. Mas, talvez o maior problema do imigrante na cidade é que ele vira um indivíduo invisível, anônimo para o Estado. Isso porque, atualmente, as políticas públicas estão voltadas para a população indígena do interior, das aldeias e não para o indígena urbano. No campo da saúde e da educação o morador da cidade não tem aquele atendimento que deveria e que tem direito, o mesmo que recebe o indígena aldeado.
Nesta realidade, o que a Igreja pode fazer? Cristo fez missionários seus discípulos quando disse: “Vão pelo mundo todo, proclamem o evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). O Papa Francisco continua insistindo que precisamos ser uma Igreja em Saída: indo às periferias onde se encontram os pobres, os sofredores, os imigrantes, os marginados, os explorados, os que clamam por justiça e vida digna. Na Evangelii Gaudium, 25 afirma: ‘’Coloquemo-nos em estado permanente de missão“.
Indicações no documento final do Sínodo para a Amazônia, para uma Igreja Missionária em Saída:
- conversão pastoral: Pastores que acompanham e guiam como o samaritano, em escuta e diálogo
- liturgia inculturada: por meio de cantos, linguagem e símbolos próprios
- ação social: visitando comunidades indígenas nas periferias urbanas, a fim de conhecer a realidade e desafios; encaminhar problemas e necessidades aos órgãos públicos e instituições
- intervir para que as políticas públicas atendam os indígenas urbanos e rurais

Jesus é o Deus conosco e se faz um de nós. Quando adulto, anuncia o Reino de Deus, que é o Reino dos pobres: nas periferias se mistura, caminha com eles, os cura, se preocupa com suas necessidades… Como naquele tempo, também hoje não é comum esta prática. Por isso, as pessoas continuam ainda ‘como ovelhas sem pastor’.
Que o Bom Pastor ilumine, dê sabedoria e humildade à Igreja presente na Pan- Amazônia, para assumir os desafios que enfrenta e ser capaz de SAIR e ir ao ENCONTRO do outro para compartilhar o Amor de Deus que optou e continua optando pelos mais pobres e abandonados. Desse modo estaremos atuando o sínodo.
Que Maria, Nossa Senhora da Amazônia, continue acompanhando o seu povo com seu amor maternal.
Carlos Romero, comboniano
