Direitos Humanos: Articulação comboniana no Brasil
Nos dias 20 e 21 de agosto de 2018, defensores e defensoras militantes dos Direitos Humanos, entre leigas, leigos e religiosos combonianos identificados com a missão e a mística missionária, reuniram-se em São Paulo, para compartilhar experiências e pensar novos caminhos de libertação de qualquer negação da dignidade humana.
Participantes do encontro de direitos humanos em SP.
Do encontro, surge a Articulação Comboniana de Direitos Humanos (ACDH), a partir da proposta de integração dos serviços de garantia e efetivação de direitos, iluminados pela mística Comboniana.
As instituições que propuseram a articulação são: Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (Açailândia-MA), Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (Fortaleza-CE), Centro de Defesa dos Direitos Humanos Padre Franco Pellegrini (Salvador-BA), Centro de Defesa dos Direitos Humanos Dom Oscar Romero (Santa Rita-PB), Centro de Defesa de Direitos Humanos de Sapopemba Pablo Gonzales Olalla (São Paulo-SP), Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente Mônica Paião Trevisan (São Paulo-SP), Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (Serra-ES), Movimento Saúde Mental Comunitária (Fortaleza-CE), Associação de Apoio aos Assentamentos Rurais e Comunidades Quilombolas (PB), Rede Justiça nos Trilhos (MA), Centro de Migrações e Direitos Humanos e Missão Comboniana (RR) e Escolasticado Comboniano (São Paulo-SP).
O cuidado, a escuta e a mística cristã e cidadã são caminhos essenciais para fortalecer quem está na linha de frente da defesa dos Direitos Humanos, e para proteger as pessoas que padecem sob o jugo de legislações e políticas negadoras de equidade e inclusão.
A educação popular e a participação são o compromisso permanente para desmontar esse sistema que exclui, descarta e destrói a vida.
“Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não
o suportam as comunidades, não o suportam os povos…. E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra.
Este sistema atenta contra o projeto de Jesus, contra a Boa Nova que Jesus trouxe.” (Papa Francisco)
José Boaventura e José Luís, durante o encontro.
A articulação assumiu ainda compromissos com:
1) Investimento na intracomunicação, bem como na qualificação da linguagem para dialogar com quem não compartilha as mesmas ideias e valores.
2) Partilha de experiências bem-sucedidas e denúncias de situações de violações do direito.
3) Intercâmbio entre os assessores dos diferentes centros de defesa de direitos humanos.
4) Formação qualificada para incidir de maneira ainda mais eficaz, priorizando a formação em DH e a busca da espiritualidade que alimenta e sustenta a luta em defesa da vida.
5) Encontros nacionais anuais, com destaque em 2019 para os temas “Cuidado e espiritualidade” e “Políticas Públicas”, tema da Campanha da Fraternidade.
6) Integração entre as ações em defesa dos direitos e da cidadania e a pastoral, a celebração, a espiritualidade comboniana e outros caminhos religiosos.
Dom Hélder Câmara.
Servo de Deus Pe. Ezequiel Ramin, comboniano mártir da opção pelos pobres.
Mons. Romero, Santa Bakhita, S. Daniel Comboni, pe. Ezequiel Ramin, dom Paulo Evaristo Arns, dom Hélder Câmara e e muitos outros santos e santas da caminhada animem e inspirem esse novo caminho, preparando e anunciando o reino de Deus nos passos proféticos de Jesus de Nazaré.
São Paulo, 21 de agosto de 2018
Quisito Veloso, estudante comboniano, no encontro de SP.
Participantes durante os trabalhos do encontro em SP.
Decoração evocando grande número de militantes e defensores do direito e da vida.