Eleição 2018: lute pelo direito à vida, cidadania e economia
A violência faz medo, mas o que apavora mesmo é o desmonte da cidadania. O medo é uma emoção crucial para nossa sobrevivência.
O medo não pode impedir a livre manifestação nem a cidadania.
Sentir medo não é sinal de fraqueza. O medo é uma emoção crucial para nossa sobrevivência, pois nos mantém mais alerta e desconfiados. Se não tivéssemos medo poderíamos acabar pulando pela janela (Keith Richards).
O problema é manter o medo nos limites certos. Torna-se perigoso quando ofusca nossa razão, paralisa nossa ação, nos obceca e nos joga nos braços de projetos e pessoas que exploram o medo para realizar seus interesses.
No atual contexto brasileiro, temos motivos de sobra para termos medo, mas tem medos que são ardilosamente instrumentalizados para disfarçar projetos ainda mais assustadores. Boa parte da mídia, descaradamente a serviço de um projeto político que dê sustentação aos interesses do capital, vomita violência o tempo todo, altera a realidade dos fatos para induzir à criminalização, alimenta preconceitos, condena as pessoas antes do devido processo legal para aumentar o medo, induzir ao pânico e criar inimigos, quase sempre “criminosos de baixa renda”, para esconder os verdadeiros inimigos da sociedade. A mídia está se tornando uma fábrica de medos que, aliados ao descrédito nas instituições que ela alimenta, tornam-se estopim para a explosão do populismo. O “salvador da pátria” que promete libertar o Brasil da violência com braço armado e que, graças a essa promessa, arrasta multidões devidamente contaminadas pelas fobias alastradas pela mídia, é a peça do tabuleiro necessária para os planos dos poderosos e os interesses do capital.
Se é legítimo ter medo da violência, do desemprego, da corrupção, da crise ética que aflige setores das instituições públicas e privadas…, é bom ficar apavorados com o fim do exercício da cidadania, o sucateamento dos direitos, a privatização dos serviços, a devastação do meio ambiente para agigantar os lucros, a entrega das riquezas nacionais para as multinacionais estrangeiras, a criminalização dos movimentos sociais, o descrédito para com as instituições democráticas e a preservação dos privilégios de poucos em detrimento do bem estar de todos. Esse desmonte da cidadania não vai tirar nossos medos, mas vai afundar o País num clima de terror.
A Bíblia nos ensina há séculos que o SHALOM, isto é, a paz em sua totalidade, a serenidade, a harmonia entre as pessoas e com a natureza só são possíveis através da implantação da JUSTIÇA, da SOLIDARIEDADE e do CUIDADO COM A VIDA. Os erros das pessoas não podem comprometer o valor dos ideais. O desafio é não repetir os erros e fortalecer os avanços. Pensemos nisso, antes de colocar o dedo na tecla errada.