ESPERANÇAR É PRECISO!
Nunca cultive expectativas, mas a esperança. A expectativa é a espera ansiosa daquilo que você deseja, enquanto a esperança é a acolhida daquilo que chega.
A expectativa não quer correr riscos. Investe para ter resultados. Aposta no bem do outro, mas busca também a satisfação pessoal. É prazeroso sentir-se parte do sucesso alheio.
A esperança, ao contrário, é um ato de fé, um investimento a risco de quem está disposto a perder-se para que o outro seja e consiga dar o melhor de si mesmo. Não se trata de uma aposta inconsequente, irracional e irresponsável, mas de uma decisão tomada por amor. Brota de uma crença inabalável na bondade intrínseca do ser humano.
A expectativa frustrada entristece e faz desistir. Machuca pela dor que traz ao “ego” muito mais do que o dano que ocasiona ao “outro”. A esperança, ao contrário, é generosa. Sabe esperar pacientemente. Está sempre disposta a recomeçar. Acredita que o melhor ainda está por vir. Sabe que há muitas mais coisas no amanhã do que aquilo que a gente pode ver agora.
A expectativa pode ser interesseira. Corre o risco de ser contaminada pelo egoísmo. É uma camisa de força, uma corrente que prende o pé do outro e lhe impede de caminhar do seu jeito e com seu ritmo.
A esperança é um sopro de vento que dá fôlego à vela do barco da vida para que navegue com segurança rumo a seu porto seguro. A expectativa desiste fácil. A esperança nunca desiste. É irmã de uma fé inabalável e de uma caridade que não mede esforços.
“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las” (Sant’Agostinho).
Felizes aqueles/as que conseguem seguir em frente depois de uma decepção, sem carregar consigo o peso daquilo que ficou para trás.
Pe. Xavier Paolillo, missionário comboniano
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