Igreja hoje: Direito e amor à vida versus economia e política
A Evangelii Gaudium tem cinco partes. A quarta parte é intitulada “A dimensão social da evangelização”. Mas, na realidade, também nas outras seções, o papa fala sobre “economia” e “política”.
por Alberto Degan, comboniano
1. A DIMENSÃO SOCIAL DA EVANGELIZAÇÃO
A palavra “política” aparece treze vezes e a palavra “economia” aparece onze vezes. Os papas geralmente falam sobre economia e política nas encíclicas sociais. Em vez disso, Francisco fala muito sobre economia e política na Evangelii Gaudium, que é uma exortação apostólica sobre a proclamação do Evangelho no mundo de hoje.
Isso constitui uma pequena novidade. Até agora, de fato, a questão social era vista como uma questão específica a ser tratada apenas nas encíclicas sociais. Francisco, por outro lado, vê a dimensão social como constitutiva do Evangelho e da evangelização.
Dessa maneira, nos leva a nos perguntar: qual é a relação entre o evangelho e a fé cristã, por um lado, e a economia e a política, por outro? É bom, é justo que um católico cristão lide com questões sociais, econômicas e políticas? Porquê?
Também devemos nos perguntar: o que mudou nos níveis político, econômico e social, após a chegada do cristianismo e a expansão do evangelho?
Vamos ver na Europa, por exemplo, onde a evangelização leva quase dois mil anos. O que mudou na sociedade europeia após a conversão de povos inteiros ao cristianismo? A família mudou. De fato, na Roma pagã o divórcio era normal, enquanto que com a chegada do cristianismo os divórcios declinavam muito e o valor da fidelidade conjugal era imposto (hoje, com a secularização, essa situação mudou novamente). Também certas manifestações e shows de crueldade (por exemplo, os shows no Coliseu, onde os gladiadores se matavam ou tinham que lutar com feras que os devoravam) terminaram.
Mas em outros setores não houve mudanças reais. Por exemplo, na Europa cristã, as guerras e a violência diminuíram? Não. Se compararmos o Império Romano pagão com os estados cristãos medievais, veremos a mesma violência, as mesmas guerras, as mesmas disparidades e injustiças sociais. Quanto à atual situação econômica, nunca houve tantas desigualdades no mundo como hoje, onde se estima que os dez homens mais ricos do mundo possuam tantos bens como a metade mais pobre da raça humana. Vamos nos perguntar, então: por que o evangelho, o cristianismo influenciou tão pouco o nível político e econômico? É uma pergunta obrigatória para todos os cristãos, e em particular para os missionários. Que tipo de evangelização realizamos?
2. FÉ E POLÍTICA
Perguntas introdutórias:
– É possível uma política inspirada no evangelho?
– A fé em Jesus e no Evangelho pode transformar a sociedade?
– O que é política? Qual é o papel da política?
– Você está interessado em questões políticas?
– O que a política tem a ver com a fé?
A resposta a essas perguntas depende muito do que entendemos por ‘evangelização’. A esse respeito, poderíamos dizer que existem substancialmente dois conceitos de evangelização.
O primeiro é o conceito tradicional expresso na frase latina “Plantatio ecclesiae”, isto é, “estabelecimento da Igreja”. Segundo essa concepção, evangelizar significa substancialmente fundar paróquias, formar sacerdotes e nomear bispos. Quando em um território temos um pequeno grupo de fiéis que frequentam paróquias, temos padres e bispos, ou seja, quando temos as estruturas eclesiais fundamentais, pode-se dizer que esse território foi evangelizado.
No entanto, vamos pensar no que aconteceu na Europa ao longo dos séculos: igrejas foram fundadas com padres e bispos, mas … em muitas ocasiões, os bispos de uma nação abençoaram as armas e a guerra que foi travada contra outros países cristãos. Houve massacres, campos de extermínio. E então, que tipo de evangelização foi realizada?
O outro conceito de evangelização é o que o papa nos dá na Evangelii Gaudium: evangelizar é “Tornar o Reino de Deus presente no mundo” (EG 176). Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, deixa bem claro: evangelizar é “alcançar e transformar com a força do Evangelho os critérios de julgamento, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes de inspiração e os modelos de vida da humanidade que contrastam com a Palavra de Deus e com o plano de salvação” (EN 19).
Em outras palavras, não se trata apenas de ter padres e bispos, mas de mudar nossa maneira de pensar e agir, tentando inserir os critérios do Evangelho em todas as áreas da vida humana (não apenas na família, mas também na economia, sociedade, política, etc).
Hoje existem muitas desigualdades a nível econômico, e isso está claramente em contraste com o Evangelho da justiça e da fraternidade, mas geralmente não insistimos muito em que a economia e a política sejam inspiradas pelos valores evangélicos. Nascemos em uma sociedade e em uma cultura que supõe que a economia e a política são governadas pela lei do mais forte, e não nos ocorre que deveríamos questionar esse princípio em nome do Evangelho. Cremos que o Evangelho não pode ser aplicado à política e à economia; nos resignamos à ideia de que o Evangelho se aplica somente em algumas áreas limitadas da vida humana (família, relacionamentos interpessoais, etc). Temos que transformar esse conceito muito limitado que temos de evangelização, levando em conta, como diz o papa, que “se a dimensão social da fé não for adequadamente explicada, há o risco de desfigurar o sentido autêntico e integral da missão evangelizadora». O papa usa uma expressão muito forte aqui: sem a dimensão social, não há evangelização verdadeira, mas sim uma evangelização ‘desfigurada’.
3. APROFUNDANDO A “EVANGELII GAUDIUM”
“Hoje temos que dizer” não a uma economia de exclusão e iniquidade”. Essa economia mata. Não é possível que não seja notícia que um idoso na rua morra de frio e que o seja a queda de dois pontos na bolsa de valores….
O ser humano em si é considerado um bem de consumo, que pode ser usado e depois jogado fora. Já demos início à cultura do ‘descarte’, que chega até a ser promovida … Os excluídos não são ‘explorados’, mas desperdício; eles ‘sobram’ ”(EG n.55).
Jesus veio para que todos “tenham vida em abundância” (João 10, 10). A economia atual, por outro lado, não só não se importa com a vida das pessoas, mas é uma economia assassina, diz o papa, uma economia que mata e trata as pessoas como lixo. Como discípulos daquele que veio para todos terem vida, então, não podemos aceitar uma economia na qual muitos seres humanos são considerados um zero à esquerda, mas temos que questionar essa economia assassina em nome do Evangelho.
“Uma fé autêntica sempre implica um profundo desejo de mudar o mundo, de transmitir valores, de deixar algo melhor; à nossa passagem pela terra. Amamos este magnífico planeta onde Deus nos colocou e amamos a humanidade que o habita … Todos os cristãos, também os pastores, são chamados a se preocupar por construir um mundo melhor” (EG n.183).
Geralmente, em nossa mentalidade comum, o compromisso com a justiça social é considerado um acréscimo, um apêndice ao nosso compromisso cristão, algo opcional reservado a alguns ‘especialistas’. O papa, por outro lado, nestes números da Evangelii Gaudium nos diz que é uma dimensão fundamental e obrigatória da fé cristã.
Não esqueçamos que o nosso Deus é o Deus que não ficou indiferente ao grito dos escravos judeus no Egito e interveio para libertá-los. Deus não fica satisfeito com uma situação de injustiça e luta para transformar o mundo. Por isso, Francisco afirma que, se não compartilharmos esse desejo de Deus de mudar o mundo e torná-lo mais justo e mais humano, não temos fé autêntica.
Nesta perspectiva, o compromisso social do cristão não é uma questão política, mas naturalmente brota da nossa fé, é uma questão de fé: “Da nossa fé em Cristo feito pobre, e sempre próximo dos pobres e excluídos, surge a preocupação pelo desenvolvimento integral dos mais abandonados da sociedade” (EG 186). Portanto, numa perspectiva evangélica, não se deve dizer: “Não estou interessado em problemas políticos nem sociais”. Como Francisco afirma claramente: “A conversão espiritual e a intensidade do amor a Deus e ao próximo, o zelo pela justiça e pela paz, são exigidos a todos …” (EG 201). É necessária uma mudança de mentalidade e uma conversão espiritual, obrigatória para todos os cristãos. Se não me preocupo com a justiça social, se não estou interessado em que os pobres tenham vida, significa que não tenho fé e não tenho amor a Deus, que se identifica com os famintos e sedentos.
4. A POLÍTICA COMO EXPRESSÃO DE AMOR
O termo “política” deriva da palavra grega “polis”, que significa “cidade”. A política, então, é a atividade humana orientada para alcançar o bem da cidade e da comunidade, ou seja, a felicidade de todo o povo. É por isso que São Paulo VI definiu a política como “a mais alta forma de caridade“. Em outras palavras, pede-se ao político um amor maior: um amor que vai além do círculo da própria família, para abraçar toda a comunidade.
A vocação do político é se preocupar com a felicidade e o bem de seu povo, mas há pessoas que entram na política sem ter essa vocação.
5. A POLÍTICA COMO CAMPO DE EVANGELIZAÇÃO
5.a. Amar e salvar o “mundo”
“Deus amou tanto o mundo que lhe deu o Filho único, para que quem nEle crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para salvá-lo” (Jo 3,16-17).
A primeira coisa que chama a atenção neste trecho é que o evangelista não diz que Deus quer salvar ‘almas’ ou que ele quer salvar apenas ‘homens’, mas quer salvar ‘o mundo’: o que ele quer dizer?
Sem dúvida, o “mundo” inclui – antes de tudo – seres humanos, mas esse termo sugere que o foco da salvação de Deus vai mais além. Certamente o Pai quer salvar homens e mulheres, mas ele sabe que não pode fazê-lo se, ao mesmo tempo, não “salvar” o contexto, o ambiente em que a vida humana se desenvolve. Nesse sentido, o “mundo” inclui natureza, civilização, cultura, sociedade, etc. Então não podemos salvar as pessoas se, ao mesmo tempo, não salvarmos todo o contexto em que nossa vida se desenvolve.
5.b. Tudo terá Cristo como cabeça
“No fim dos tempos, tudo terá Cristo como cabeça” (Ef 1,10). Tudo tem que estar em conformidade com Cristo. Tudo! Não apenas a família, não apenas a esfera privada da vida humana, mas também a esfera social, política, etc. Evangelizar significa colaborar com este plano de Deus que deseja transformar e converter para Cristo a cultura, a política, a economia e tudo o que determina e condiciona a vida de seus filhos e filhas.
A política também é chamada a fermentar com o fermento do evangelho.
6. A ‘DUPLA MORAL’: A SEPARAÇÃO ENTRE FÉ E POLÍTICA
“É necessário recorrer à não-violência em todas as ocasiões da vida cotidiana … Também devemos estabelecer o reino dos céus na política” (Gandhi).
A partir do século IV, no Ocidente cristão, prevaleceu a chamada ‘dupla moral’, segundo a qual os valores fundamentais do Evangelho – perdão, mandamento de não matar, caridade, fraternidade, justiça, amor pelos inimigos , etc. – não podem ser aplicados à vida política e às relações entre Estados, mas apenas à esfera das relações interpessoais.
O Império Romano adotou a religião cristã como a religião oficial do Império, em 380 com o imperador Teodósio. Mas isso teve consequências na vivência da nossa fé.
O Império adotou a religião cristã, mas limitou o campo do Reino e do Evangelho, estabelecendo onde pode ser aplicada e onde não. Assim, a lógica do Reino foi aplicada à vida privada e à esfera dos relacionamentos interpessoais. Enquanto os espaços da vida pública, social e econômica permaneceram sob as leis do Império. A partir desse momento, poucos profetas questionaram esse duplo padrão, que entrou na consciência da maioria dos fiéis.
São João Paulo II condenou veementemente essa separação entre política externa e consciência cristã: “Nenhuma atividade humana está fora do campo dos valores éticos. A política é uma atividade humana: portanto, também está sujeita a julgamento moral. Isso também é válido para a política internacional.”
Segundo o papa João Paulo II, um político cristão deve ter o evangelho como critério de conduta, sem afirmar que “as políticas internacionais estão situadas em uma espécie de “zona franca “na qual a lei moral não teria força”.
Essas palavras foram ditas pelo Papa durante a Guerra do Golfo, em que atrocidades foram cometidas pelas forças ocidentais. Por exemplo, milhares de soldados iraquianos que já tinham levantado a bandeira branca foram enterrados vivos debaixo da areia. O papa foi categoricamente contra essa guerra que, segundo ele, as grandes potências ocidentais começaram sobretudo para satisfazer seus interesses econômicos.
Naqueles dias, o papa recebeu o primeiro ministro inglês, Tony Blair, que era um dos principais promotores dessa guerra. Quando sua visita ao papa terminou, os jornalistas entrevistaram o primeiro-ministro e enfatizaram que João Paulo II tinha uma posição diferente da dele. E Tony Blair comentou: “O papa fala no nível da espiritualidade. Eu sou político. Praticamente, ele estava dizendo: “Sou cristão, mas a política não tem nada a ver com o Evangelho e com a espiritualidade cristã”. De fato, um cristão pode até pensar desse jeito de boa fé, porque essa é a mentalidade e a cultura cristã que herdamos.
Em resumo, Jesus nos disse que temos que salvar e evangelizar o mundo, mas excluímos uma parte muito importante do mundo e da vida humana do campo da salvação. Assim, hoje temos um enorme trabalho a fazer: ainda precisamos evangelizar a política, a cultura, a economia, etc. Até conseguirmos inserir o fermento do evangelho em todas essas áreas de nossa vida, a evangelização permanecerá mutilada, ou “desfigurada”, como diz o papa.
7. A POLÍTICA COMO ‘VOCAÇÃO’ E COMO ‘PAIXÃO’
Como cristãos, não podemos permanecer indiferentes ao fato de a política ter perdido sua “alma”, ao ficar reduzida a ser escrava dos interesses das elites econômicas e financeiras. É por isso que os governos de esquerda e de direita geralmente seguem mais ou menos as mesmas políticas, os mesmos objetivos: diferem apenas ligeiramente em relação às estratégias para alcançar esses objetivos. Parece que a economia já precisa seguir um curso “natural”, “obrigatório”: quem quer mudar esse curso, quem acredita no evangelho da justiça e da fraternidade, parece estar fora da realidade. A política, portanto, não tem nada a ver com a vida do povo, com o bem comum, com os sonhos e esperanças do povo, mas apenas com as técnicas para atingir os objetivos já estabelecidos pelas elites econômicas.
Diante desta situação, como cristãos, temos que devolver vigor profético à política, resgatando-a como uma ‘vocação‘ e como uma ‘paixão‘: a política é “a mais alta forma de caridade”, a vocação para trabalhar pelo bem comum, é a aplicação à vida social da paixão de Jesus pela justiça e pela paz.
Perguntas:
– Nas comunidades e nos países cristãos, aplicamos a moral evangélica a todas as áreas da vida humana?
– Como cristãos, estamos envolvidos na evangelização da política? Como?
8. UMA POLÍTICA EUCARÍSTICA
“Jesus tomou o pão e, dando graças, o partiu e deu, dizendo: ‘Este é o meu corpo, que é entregue por vocês. Façam isso em minha memória … Então eles começaram a discutir quem era o mais importante. Jesus disse-lhes: ‘Os reis das nações as governam como donos, e aqueles que os oprimem são chamados benfeitores. Mas não será assim entre vocês. Pelo contrário, o mais importante dentre vocês deve se comportar como se ele fosse o último, e quem comanda como se fosse quem serve. Porque quem é o mais importante: quem está na mesa ou quem está servindo? O que está sentado, é claro. No entanto, eu estou entre vocês como quem serve” (Lc 22,19-24).
Perguntas introdutórias:
– Em que momento da sua vida Jesus diz essas palavras? Que implicações isso tem para nós?
– Substancialmente, o que Jesus está pedindo à sua comunidade nesses versículos?
– Que sonho Jesus quer promover em nós hoje através destas palavras?
Jesus pronuncia aquelas palavras (acima) durante a última ceia, quando institui o sacramento da Eucaristia. A primeira coisa que ele nos diz é que a maneira de exercer autoridade e organizar a sociedade na comunidade cristã deve ser completamente diferente da maneira dos “reis das nações”, da maneira imperial: não se trata de exercer a autoridade como poder, mas entendê-la como serviço. Como dizem os bispos latino-americanos, “cada comunidade eclesial deve se esforçar para ser no continente um exemplo de convivência, onde a liberdade e a solidariedade podem ser combinadas. Onde a autoridade seja exercida no espírito do Bom Pastor. Onde se viva uma atitude diferente em relação à riqueza. Onde são testadas formas de organização e estruturas de participação capazes de abrir caminho para um tipo de sociedade mais humana” (Puebla 273).
Aqui, sugere-se a idéia de que a Igreja tenha um papel “político”: ser um exemplo e semente de um estilo de vida, uma maneira de exercer autoridade, uma maneira de usar e distribuir riqueza, uma maneira de lidar com processos de decisão completamente diferentes da maneira da elite e da sociedade imperial.
É interessante notar que estas palavras sobre o exercício político do poder, Jesus as pronuncia após instituir a Eucaristia, no último discurso dirigido a seus discípulos antes de enfrentar o Calvário. Isso significa que a questão de como exercer o poder e como organizar a comunidade é muito importante para Jesus. Antes de morrer, o Nazareno quer comunicar – e promover em nossas comunidades – um grande sonho: que seja possível uma política sem arrivismo, sem corrupção, sem violência, sem imposição do mais forte. Cristo quer nos dizer que a política deve entrar na lógica eucarística do serviço, na lógica de dar e oferecer a própria vida, não na lógica egoísta de dominar a vida dos outros e oprimi-los, para conseguir seus próprios interesses pessoais.
Assim, por um lado, Cristo propõe uma política “eucarística” e, por outro, ele propõe uma eucaristia “política”: comunhão significa entrar em comunhão com uma pessoa que tenha uma comunidade e um projeto político alternativos, e que nos pede para levar adiante este projeto. Tal compromisso ‘político’ não é algo secundário, mas é uma parte constitutiva do seguimento de Jesus: o discípulo que deseja seguir “Aquele que serve” deve assumir esse mesmo espírito de serviço e solidariedade e se esforçar para moldar a sociedade inteira de acordo com este princípio.
Instituindo a Eucaristia, Jesus diz que devemos celebrá-la em sua memória. Quando celebramos a Eucaristia, devemos lembrar, lembrar este sonho que Jesus nos confiou na vigília da Sua morte e paixão. É importante lembrar todos os sonhos que Jesus nos deixou; a memória desempenha um papel fundamental na comunidade cristã: sem memória, os sonhos de Jesus desaparecem. Nossa Eucaristia, portanto, deve nos ajudar nisso: nos ajudar a lembrar dos sonhos de Jesus e nos lembrar de nossa responsabilidade de transformar esses sonhos em uma proposta política.
E isso não é algo opcional: se esquecermos esses sonhos e a dimensão social do Evangelho, recorda o Papa Francisco, nossa fé ficaria mutilada e desfigurada.
Perguntas:
– Como comunidade cristã, estamos cientes de que a Eucaristia também tem uma dimensão política e social?
– Como cristãos, estamos lembrando e cultivando os sonhos de Jesus?
– O que podemos fazer para promover uma política eucarística?
Alberto Degan, comboniano
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