Invasão da casa centro de moradores de rua pela GCM
A Família Comboniana se uniu neste domingo à celebração da missa na capela da universidade de S. Judas Tadeu, na Mooca, onde o Pe. Julio Lancelloti recebeu o apoio de diversas personalidades, numerosos fiéis e moradores de rua, que se reuniram na sequência da crueldade manifestada esta sexta feira (14 de setembro) durante a invasão à casa e Centro S. Martinho de Lima, acompanhada de enorme violência e uso de gás pimenta por parte da CGM!
Pe. Júlio Lancellotti, durante a celebração.
A capela de S. Judas Tadeu foi bem pequena esta manhã para acolher todas as pessoas que acorreram em apoio e defesa do Pe. Júlio Lancellotti. Era grande a indignação manifestada por toda a assembleia pela brutalidade, violência e falta de respeito e civismo que se verificou na última sexta feira no Centro comunitário de S. Martinho de Lima, na Mooca – SP.
Mais do que homilia ou sermão, nossa missa incluiu uma partilha de sentimentos por parte de diversas pessoas. Começando pelo presidente da Associação Islâmica de São Paulo, um palestino que comparou a pequena comunidade, invadida e atacada pela Guarda Civil Municipal (GCM), aos palestinos da faixa de Gaza atacados pelo exército israelita: “É absurdo o que está acontecendo” e continuou dizendo que tinha chegado para defender o Pe. Júlio Lancellotti das agressões sofridas.
Palavra de Deus: na Bíblia e na vida.
Outros intevenientes se referiram às atitudes brutais impróprias, sem qualquer justiça ou direito. Foi dito que não podemos continuar como estamos mas que precisamos agir e nos converter… a violência nunca foi nem é solução.
Salientamos a intervenção simples mas autêntica do Sandro, coordenador da comunidade, que foi vítima da aplicação de gás pimenta. Falou de “muita indignação pela invasão da casa e do Centro dos moradores de rua na Mooca, que infelizmente não é fato isolado, mas muitas pessoas estão sofrendo a mesma violência todos os dias”. Terminou dizendo que para além do ardor causado pelo gás, sentiu também um forte efeito na consciência… conclusão: “É para dispersar mesmo! Somente unidos é que a gente consegue vencer”.
O responsável da Comissão de Justiça e Paz referiu e convidou todos a se registrarem em um grupo de whatsapp com o nome “Olhos da Rua”, onde qualquer membro poderá divulgar fotos ou vídeos, com o fim de defender os direitos humanos, em especial referindo-se aos moradores de rua. O convite e desafio sfoi lançado a todos para ampliar o uso das redes sociais para os fins da justiça e da defesa dos direitos humanos, em especial dos mais pobres e excluídos. Terminou referindo-se aos recentes e “inaceitáveis fatos como uma prova mais da chamada criminalização da pobreza”. O soco dado no Pe. Júlio Lancellotti está doendo em mim e em muitas pessoas mais! Precisamos todas e todos de dizer não aos inimigos dos direitos humanos e dizer não ao capitão Mourão.
Moradores de Rua com bandeiras da Pastoral do Povo de Rua