Marcha das Mulheres Indígenas e a Marcha das Margaridas: Brasília é palco de duas grandes manifestações em defesa dos direitos das mulheres
Brasília, a capital federal, foi cenário de dois eventos marcantes nos últimos dias: a 7ª Marcha das Margaridas e a III Marcha das Mulheres Indígenas.
Mais de 100 mil mulheres, vindas de todos os cantos do país, incluindo representantes de todas as 26 unidades federativas, reuniram-se na Esplanada dos Ministérios para a 7ª Marcha das Margaridas. Sob o tema “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”, a marcha abordou temas como a garantia de direitos, demarcação territorial e o fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, questões como a busca pela autonomia dos povos indígenas e o combate às desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais estiveram no centro das discussões.
Gracilda Pereira, do povo Atikum-Jurema, destacou a necessidade urgente de direitos de saúde e educação para as aldeias indígenas. Segundo Pereira, a saúde em sua região é precária, com falta de profissionais e infraestrutura adequada.
Em resposta às reivindicações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez vários anúncios significativos, incluindo a retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária, com prioridade para as mulheres, e a criação do Programa Quintais Produtivos. Além disso, foi assinado um decreto que retoma o pagamento da Bolsa Verde, destinado a famílias de baixa renda em áreas protegidas ambientalmente.
Dando sequência à mobilização feminina, a III Marcha das Mulheres Indígenas também ocorreu na capital, buscando conectar e reconectar a potencialidade das vozes ancestrais e debater desafios da política indígena no Brasil.
Em homenagem a Margarida Maria Alves, a Marcha das Margaridas recordou o legado da líder sindical que se tornou símbolo da resistência na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais. Seu assassinato em 1983, ainda sem solução, ressoou como um clamor por justiça durante o evento.
Ambas as marchas destacaram a força, resistência e unidade das mulheres na luta por um Brasil sem preconceito contra as mulheres.