
Mulheres Santas e Capazes
São Daniel Comboni batizou seu grupo de Irmãs de “Piedosas Mães da África”, um dos primeiros institutos missionários femininos italianos. Escrito por Dina Ramos, irmã comboniana.
Em 1º de janeiro de 1872, Daniel Comboni fundou o Instituto das Irmãs Missionárias Combonianas, “Pie Madri della Nigrizia”, em Verona, Itália. O Instituto tem suas raízes no carisma de um grande missionário e profeta, que antecipou o serviço da mulher consagrada na missão evangelizadora da Igreja. Daniel Comboni sonhou seu Instituto Feminino totalmente dedicado à missão e quis deixar bem claro às futuras missionárias que não basta ser freiras, mas missionárias, com espiritualidade e formação orientadas para a missão, dispostas a inúmeros sacrifícios e, se necessário, até ao martírio.
Em 1877, durante sua sétima viagem para a África, Comboni partiu com as primeiras irmãs. Com carinho de pai e fundador, afirmou: “Na África, uma irmã vale por três padres na Europa. Toca a elas a instrução, a escola, o orfanato, o atendimento aos escravos, aos doentes nos hospitais e nas casas, o batizado nos haréns… a irmã na África Central é tudo. Sem as irmãs, não se pode fazer missão.”
As “Combonianas” de ontem e de hoje são “Santas e Capazes”. São mulheres consagradas a Deus e à Missão. Como as mulheres do Evangelho, são compassivas, generosas, prontas para partilhar as alegrias e os sofrimentos do povo, para construir a paz, a fraternidade, a justiça e a liberdade. São mulheres santas e capazes, apaixonadas por Deus e pela humanidade, autênticas e confiantes no presente e no futuro, sabendo que a missão a elas confiada é obra de Deus. São capazes de transformar a si mesmas e o ambiente onde vivem, por amor àquele que as chamou para serem discípulas e mães, geradoras de Vida, ao jeito de Cristo Crucificado e Ressuscitado.
Se no passado as dificuldades do clima, as doenças e as viagens desafiavam a juventude de tantas missionárias, hoje, as missionárias de Comboni continuam fiéis, mesmo nas trágicas situações de guerra e injustiças. Elas continuam partindo, anunciando, denunciando, sendo Missão lá onde o Senhor as envia: África, América, Ásia e Europa.
Em 1880, as Combonianas tinham apenas cinco comunidades: uma em Verona, Itália, que recebia as candidatas à vida missionária; outra no Cairo, Egito, onde as jovens aprendiam árabe e se adaptavam ao clima e cultura; e três comunidades no Sudão. Ao pequeno grupo das cinco irmãs que partiram com Comboni sucederam mais de 3500 irmãs, que estiveram presentes em 50 países. Fiéis ao Carisma, elas assumiram o sonho do fundador. Alimentadas pela Palavra de Deus e acolhendo o grito dos pobres, motivadas pela paixão e entrega das pioneiras, enfrentam com alegria os desafios atuais. São mulheres consagradas, companheiras de caminhada, partilhando as alegrias e as angústias dos povos como mães e irmãs, peregrinas nas estradas da Missão. Atualmente presentes em 31 países, são de 35 nacionalidades.