O Mestre da Verdade é o Espírito Santo
O melhor intérprete de Jesus e de Sua Palavra é o Espírito Santo. Ele não só traz à tona toda a verdade, mas nos conduz à compreensão de toda a verdade. O Espírito não diz nada além daquilo que Jesus disse. Pois já está tudo dito. Ele repete e interpreta aqui e agora tudo o que Jesus disse quando esteve no meio de nós. Ele nos recorda, isto é, coloca de volta em nossos corações o amor de Deus que Jesus nos revelou, até que nós nos tornemos uma lembrança viva de Seu amor.
A profecia do cristão, portanto, não é ter saudade das tradições do passado, dizer coisas estranhas sobre o presente ou fazer previsões para o futuro. A profecia cristã é a memória do passado de Jesus; é recordar, isto é, trazer de volta para o coração aquilo que aconteceu com o Filho de Deus, que é também o nosso presente e o nosso futuro. É trazer para hoje e para sempre o que Jesus fez e disse para que aconteça conosco hoje e sempre. É atualizar com criatividade a Sua proposta de amor. Deixemos que o Espírito aja em nós, sem medo de novidades. Ele nos surpreende sempre. Quando imaginamos que compreendemos o suficiente, quando pensamos que já sabemos tudo, quando cremos ter chegado ao ponto final, chega o Espírito e move tudo, bagunça o coreto, detona nossas certezas e nos faz aprender verdades ocultas e inesperadas. Pode parecer assustador, mas é parte bonita da vida. A nossa existência é uma jornada contínua, cheia de surpresas” (Paolo Curtaz). A coisa melhor é não opor resistência, mas encantar-se e deixar-se colocar em discussão. A renovação do Espírito é fonte de vida. Foi isso que aconteceu com Santa Catarina de Sena, cuja memória celebramos hoje. Viveu somente 33 anos. Aos 16 anos abandonou o luxo da nobreza e ingressou na Terceira Ordem de São Domingos, na qual levou uma vida austera de serviço aos doentes e encarcerados. Viveu conforme o espírito das bem-aventuranças. Mesmo sendo rica se fez pobre. Foi sedenta de justiça e cheia de misericórdia. Empenhou-se muito em restaurar a paz nas famílias e nas cidades, dilaceradas por rivalidades e ódios atrozes. Através de seus escritos ofereceu ensinamentos preciosos para viver a vida conforme o Evangelho. Amou a igreja que considerava uma autêntica mãe, a quem é necessário submeter-se, prestar reverência e assistência. Manifestou afeição filial e obediência ao Papa que chamava de “o doce Cristo da terra”. Confiava demais em Deus, pois sabia que Ele age sempre para o nosso bem. Inspirados/as no seu exemplo, ‘sejamos quem Deus nos chamou a ser: pessoas de amor e compaixão, que irradiam a luz divina em meio às trevas do mundo.”
(Pe. Xavier Paolillo, missionário comboniano)