Padre Júlio, você não está sozinho: CPI contra a profecia!
A câmara minicipal de São Paulo votou favoravelmente a instalação da CPI das ONGs para investigar o trabalho do padre Júlio Lancellotti, junto aos moradores de rua. Seu trabalho e atuação têm longa história e todo o mundo que quiser conhecer, basta acessar as suas redes sociais. Também pode ser facilmente encontrado pessoalmente, seja na igreja da faculdade de São Judas, na Mooca, seja na igreja de São Miguel Arcanjo, na mesma região. O referido padre foi nomeado vigário episcopal da arquidiocese de São Paulo para o povo em situação de rua, sendo também um dos principais responsáveis pela Pastoral do povo de rua.
Perante a instalação da CPI do padre Júlio Lancellotti, ele próprio fez imediatamente a Nota que se segue:
A instalação de CPIs é uma prerrogativa do poder legislativo, sendo legítimas em suas atribuições. As CPIs devem ter um objetivo delimitado em sua criação, sendo que neste caso, pelo que se tem notícias, o abjeto que trouxe base para criação desta CPI seria a investigação/fiscalização das “Organizações Não Governamentais (ONGS) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a Cracolândia”, ou seja, seria a fiscalização do cumprimento de convênios estabelecidos entre o Poder Público e as organizações conveniadas.
Esclareço que não pertenço a nenhuma Organização da Sociedade Civil ou Organização Não Governamental que utilize de convênio com o Poder Público Municipal. A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma, as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão.
Fraternamente,
Padre Júlio Lancellotti
Para ajudar a ter noção da importância do padre Júlio Lancellotti, por um lado e do absurdo da CPI referida, trazemos apenas dois simples fatos que todo o mundo provavelmente acompanhou: Em 2020 ele recebeu uma ligação do Papa Francisco, pedindo que o mesmo padre Júlio Lancellotti continuasse o trabalho nas ruas e na assistência aos irmãos. Ele também popularizou o termo “aporofobia” e, combatendo a arquitetura hostil nas ruas de todo o Brasil, batizou uma lei de autoria do senador Fabiano Contarato.
Nós Missionários Combonianos nos unimos a todas as pessoas, associações e movimentos para manifestar o nosso apoio e solidariedade ao padre Júlio e a seu trabalho em favor das pessoas excluídas e menos favorecidas.
Os Missionários Combonianos do Brasil.