
Por uma sociedade mais justa e amiga
A igreja, nesta Quaresma, nos convida a conversar e refletir sobre a amizade social (CF 2024). Por amizade podemos entender diversos preceitos, o principal deles, é o convivo com outras pessoal além do grupo familiar. E é aí, neste contexto, que descobrimos as diferenças de pensamento, de comportamento, de valores, de moral. Diferença no andar e no pensar, diferença no vestir e no saber. Quando alargamos o nosso convívio familiar para o social, aquilo que nos parecia ser comum a todos, se revela como sendo algo pertinente a família a um grupo reduzido dentro daquela sociedade em que estamos inseridos. Surgem as descobertas e com elas também ocorrem as divergências.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu, em 2007, que o dia 20 de fevereiro para ser o Dia Mundial da Justiça Social. O dia dedicado a promover a justiça dentro da sociedade, que se mostra injusta, excludente e promotora de desigualdades.
Ora, se estamos inseridos em uma sociedade plural e diversa, o sentido de justiça não pode recair sobre uns e não a outros. O social é pertinente a toda sociedade e não para grupos ou postulantes a cidadãos superiores. É muito comum observamos os movimentos de tentativas (as vezes vitoriosas) de tomada do bem público para fins e benefícios de um grupo. E é desta forma, refletindo e dialogando que cada sociedade avança ou retrocede. Este arranjo social, onde cada grupo busca se proteger e se defender, provoca situações críticas de injustiça com as minorias que não dispõe dos mesmos recursos e entendimentos para se defender. É dentro deste contexto de justiça seletiva que identificamos os mecanismos de exclusão e aprofundamento da desigualdade social, econômica, educacional…
Ao final destas reflexões e questionamentos, possamos ter uma compreensão que a justiça social se faz para toda a sociedade. Reconhecendo as diferenças, a pluralidade e que todos, visíveis e invisíveis sociais, sejam contemplados pela sociedade e suas instituições. Que a justiça esteja à frente das decisões, que o social esteja acima do individual e que todos possam viver e conviver em uma sociedade promotora de igualdade e geradora de vida.