Povo Yanomami – “O que vi em Roraima foi um genocídio”
Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio.
“Um crime premeditado contra os Yanomami” (Lula, 21 de janeiro de 2023)
Os Yanomami vêm alertando e denunciando, documentando de forma muito qualificada, este genocídio há vários anos. Desde novembro de 2018, foram 06 decisões judiciais de diversas instâncias do Poder Judiciário brasileiro condenando o Estado brasileiro, incluindo a decisão do STF no âmbito da ADPF 709; todas foram incumpridas. Temos uma Medida Cautelar da CIDH de maio de 2020, chamando a atenção do Estado; nada foi feito, e a medida teve que passar para a Corte Interamericana em maio de 2022, entrando já em um campo judicial internacional. Inúmeras cartas de denúncias de HAY, Condisi, aliados, …, diversas Ações Cíveis Públicas do MPF e até um processo no Tribunal Penal Internacional da Haia por genocídio.
Só em 2022 houve duas audiências públicas, em Câmara e Senado, além de visitas in loco de comissões parlamentares.
Enquanto RR estava militarizada de diversas formas durante estes últimos anos, o Exército se negou várias vezes a participar ou apoiar operações de enfrentamento ao garimpo (em maio de 2022 o Exército se negou a prestar apoio à comissão parlamentar. Não era a primeira vez que o Exército se negava). É um genocídio escancarado, com a conivência do governo Denarium e a Assembleia Legislativa de RR.
Estudos importantes como “Yanomami sob Ataque” foram publicados.
O Relatório de Violência do Cimi do último ano trazia também os destaques.
Até a grande mídia convencional abordou com reportagens os ataques permanentes contra os Yanomami, a situação do garimpo e o abandono da saúde.
(Luis Ventura)
NOTA: Este breve testo é parte do Apelo por Justiça da REPAM.