
Ramadã Kareem! (Feliz Ramadã)
Quem me conhece sabe que me dedico ao estudo das comunidades muçulmanas sudanesas e o faço seguindo as histórias, desventuras, transformações e caminhos dos Missionários e Missionárias da Família Comboniana, desde o tempo em que o próprio Comboni pisou no Sudão, em torno de 1853, como jovem missionário do Instituto Nicola Mazza, de Verona (Itália).
A esse encontro e descoberta das comunidades muçulmanas tenho dedicado toda a minha carreira. E, através dos muçulmanos sudaneses, conheci muitas outras comunidades muçulmanas, pelas quais tenho imenso apreço e admiração.
Experienciei uma das maiores emoções da minha vida quando a comunidade muçulmana do Rio de Janeiro me chamou para contar a história do meu livro Fé, Guerra e Escravidão e, no final da palestra, com um público muito gentil e atento, o Ímã me entregou o zakat (uma parte das ofertas que recolhem durante o período do Ramadã) para me pagar como mudarassi (que, em árabe, significa professor). Jamais me esqueci desse dia. E já se passaram quase 25 anos.
Neste Ramadã de 2025, tempo de jejum, oração e fé para os muçulmanos de todo o mundo, a ACNUR (Agência para os Refugiados) lembrou que mais de 80% das vítimas das guerras no mundo são famílias muçulmanas. E eu gostaria de reforçar o pedido da ACNUR: que também nós possamos ajudar nossas irmãs e irmãos neste tempo sagrado.
Se puderem fazer doações à ACNUR para ajudar as crianças refugiadas, que, em sua grande maioria, são muçulmanas, eu agradeço imensamente.
📌 Segue o link da campanha da ACNUR: https://www.acnur.org/br/ramada-mubarak
E que Deus os abençoe.
Salam Al Alaikum.
📖 Por Patrícia Teixeira Santos
Dep. História UNIFESP / PPGH UFAM
NOTA: Em 2025, apenas quatro dias separaram o início do Ramadã e da Quaresma. Este fato traz à minha memória os belos anos (1993-2004) da minha primeira missão em Carapira, no norte de Moçambique, onde conviver com muçulmanos foi uma vivência que me marcou profundamente e, até hoje, continua me iluminando.
Por essa razão, me associo e me solidarizo com o apelo da mudarassi Patrícia: Vamos colaborar, porque Deus é um só, independentemente do nome pelo qual O tratamos. Do mesmo modo, não há diferença entre o zakat e a esmola, da qual muitos ouvem falar durante toda a quaresma, especialmente na Quarta-feira de Cinzas.
Salam Al Alaikum, ou seja, a paz esteja convosco!
📖 João Paulo Martins
Irmão missionário comboniano