Rede Iglesias y Mineria exige justiça para Mariana
A um ano do maior desastre mineiro produzido no Brasil, as comunidades e cidades afetadas continuam exigindo justiça e sanções exemplares para a empresa mineradora Samarco, cuja proprietária é em parte a empresa brasileira VALE SA e em parte a BHP Biliton, australiana.
Como bem recordamos, quando rebentou a barragem da mina da Samarco, o distrito Bento Rodrigues, de Mariana, ficou totalmente arrasado e a onda de lama e resíduos minerais chegou a mais de 40 cidades dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Além de causar 19 mortos, desaparecidos e feridos a rotura contaminou fortemente o rio Doce e os resíduos llegaram vários kilómetros pelo mar dentro depois de chagar à foz.
O crime ambiental derramou 50 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos de mineração em mais de 660 kilómetros do rio Doce e pelo menos até uns 80 kilómetros quadrados do oceano Atlântico.
Ao completar-se um ano daquele desastre, uma caravana internacional percorreu durante 4 dias o caminho da lama e da contaminação, desde o oceano até à cidade de Mariana.
Desde o dia 3 até ao dia 5 de Novembro, tiveram lugar diversas ações: debates e ações culturais e de denúncia. Na cerimónia de abertura, escutaram-se as enérgicas palavras do bispo de Mariana, D. Geraldo Lyrio: Solidários com as pessoas e com as comunidades afetadas, retomemos as palavras do papa Francisco: “Solidariedade é pensar e atuar de maneira comunitária. É lutar contra as causas estruturais da desigualdade e contra a violação dos direitos. É uma forma de fazer história”.
O bispo Geraldo afirmou que o que sucedeu não foi uma catástrofe natural, há responsáveis que devem ser reconhecidos, tanto nas empresas como no poder público. Retomendo o discurso do papa Francisco aos movimentos sociais na Bolívia, recordou que a economia deve estar ao serviço dos povos, e que a unidade dos povos é o caminho para a justiça e a paz; e que devemos assumor a defesa da mãe Terra. “Somente a luta vence a lama”, concluiu.
O padre Dario Bossi, representante da Rede ‘Iglesias y Minería’, que participou dos atos oficiais neste aniversário, afirmou que a rede está presente “trazendo as experiências e a solidariedade de muitas outras comunidades que, com a força da Fé, fazem frente às violações dos direitos, provocados pelas grandes empresas mineradoras.