Artigo especial sobre o Setembro Amarelo
Artigo produzido com a colaboração do Pe. Rino
Desde 2015 se organiza no Brasil a campanha do Setembro Amarelo, que com a cooperação de várias instituições, sensibiliza a população sobre a importância dos cuidados com a saúde mental e a redução dos preconceitos. Nos últimos 20 anos o número de casos de transtornos mentais vem aumentando exponencialmente e a depressão é atualmente o problema mais inabilitante do mundo.
Os dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde são estarrecedores. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo, sendo a quarta maior causa de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos de idade. As estatísticas mostram que nos últimos 20 anos houve um aumento de 43% no número anual de mortes. No Brasil foram registrados 14 mil suicídios por ano e todo dia quase 40 pessoas tiram a própria vida.
Considerando as tentativas de suicídio não bem sucedidas e os casos de autolesão sempre mais frequente entre os adolescentes, é realmente necessário compreender por que tudo isso está acontecendo. O que leva uma pessoa a tirar a própria vida? O que gera esta vulnerabilidade? Mais frequentemente são transtornos como a depressão e o abuso de substâncias como álcool e drogas.
As consequências socioeconômicas e aumento dos suicídios especialmente entre os mais jovens, tem acelerado a busca de soluções eficazes para a prevenção deste grave problema. O suicídio e´ considerado uma emergência médica e necessita de um encaminhamento psiquiátrico, que as vezes requer a internação como medida preventiva.
Acolher, escutar e cuidar são os primeiros passos para encaminhar uma pessoa com sofrimento psíquico ao tratamento necessário. A complexidade biopsicossocioespiritual do ser humano requer uma compreensão que integra estas várias dimensões nos serviços de saúde mental, para a prevenção e o acompanhamento dos distúrbios que podem desencadear uma crise fatal.
Atualmente nos serviços públicos de saúde teriam que ser implementadas as 29 Práticas Integrativas e Complementares (PICS), tratamentos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, para prevenir diversas doenças como a depressão
Unir o saber acadêmico com o saber tradicional, unir a fé com a vida, potencializa e enriquece as vivências regeneradoras, favorecendo a recuperação da qualidade de vida e da saúde mental. A sabedoria indígena, como nos lembra o Papa Francisco na encíclica Laudato Si, e´ portadora de conhecimentos que podem ajudar a humanidade a construir uma Casa Comum, recuperando a paz e a harmonia necessárias para uma convivência pacífica e saudável. O “Bem Viver”, aonde todo mundo tenha vida e vida em abundancia.
No vídeo realizado pela Fiocruz, “Práticas Integrativas Complementares no Ceará”, e´ apresentada uma experiencia de prevenção no Movimento Saúde Mental em Fortaleza, e em Maracanaú com o povo Pitaguary.
Fonte: http://crfce.org.br/