Testemunho sobre a Missão comboniana no México
Sou missionário comboniano do ES e minha missão em terras mexicanas consiste na animação vocacional, no acompanhamento de grupos de jovens e também ensinando Filosofia em um seminário. Quando se fala do México, a gente pensa em Nossa Senhora de Guadalupe, ou no Chaves e. No entanto, estamos falando de um país tão multicultural quanto o Brasil, são mais de 80 povos e línguas. Se sabe que existiam culturas milenares pré hispânicas com cidades bem planejadas, sistema político e cientistas nada inferiores às culturas egípcia, romana ou grega. Penso nos povos Olmecas, Purepechas, Nauhalt, Mixtecos, Mayas, Toltecas, Utomie, Tlapanecos, etc. O império Asteca era formado em sua maioria pelo povo Nahualt.
Cultura: Hoje posso dizer que os mexicanos conservam suas raízes. Vemos isso na culinária, nas festas, no modo de vestir e na língua. Uma das festas mais populares é o dia dos mortos que se celebra nos cemitérios. Nossa Senhora de Guadalupe vai do dia 01 de dezembro até ao dia 12. As festas natalinas com destaques para as “pousadas”, uma espécie de folia de Reis que se celebra do dia 16 até o dia 24 de dezembro.
Religião: o México é predominantemente católico. O domingo é dia de ir a missa, por isso as paróquias têm entre 6 e 10 missas dominicais, todas na mesma igreja. As pessoas participam muito e as manifestações de fé são intensas.
Desafios: No México destaco dois desafios: os migrantes e o narcotráfico. O México é um país de passagem, na rota de todos os países da América Latina rumo aos EUA. Todos os dias chegam pessoas aos milhares. Elas arriscam suas vidas com os conhecidos “coyotes” na travessia da fronteira. Muitos perdem a vida, outros são assaltadas e abandonados. Os que conseguem passar, são detidos pelas autoridades norte-americanas e deportadas a seus países ou simplesmente voltam ao México, o que provoca um inchaço nas cidades da fronteira. O narcotráfico vem afetando gravemente a vida de todos. Funciona como um poder paralelo e domina todos os setores da sociedade, deixando violência e morte.
Termino com algo que sempre repito para mim e para as pessoas diante das alegrias e tristezas: Eu Acredito no Evangelho e na sua força transformadora!
Wédipo Paixão, comboniano no México